No início do mês de Fevereiro vai fazer um ano que comecei a trabalhar. Não parece muito, e na verdade, não é. Mas na minha área, medicina veterinária, é um ano muito importante. É aquele que realmente começamos a pôr as mãos na massa e a nos tornarmos mais independentes. É quando aprendemos mais, e, por isso, é muito importante irmos trabalhar para um sítio que nos dê todas as condições para evoluirmos a nível profissional.

Também é neste primeiro ano em que começamos a perceber como funciona o mundo laboral. Porque quando é o nosso primeiro contacto, somos muito ingénuos e acreditamos em tudo o que o nosso patrão diz, principalmente em como as coisas funcionam. Mas ao fim de um tempo, começamos a perceber que afinal não é bem assim.

Durante este ano não tive os melhores patrões do mundo, o que fez com que eu acabasse por me despedir, para procurar um local com melhores condições.

Eles eram muito simpáticos, mas não passava disso. Só ao final de algum tempo é que percebi que eles me usavam, que não passava de mão de obra descartável e que não me davam valor. Queriam que trabalhássemos o mais possível e a receber o mínimo. E com isto, aprendi algumas lições que decidi partilhar com vocês e penso que são importantes terem esta ideia antes de entrarem no mundo laboral.

- No início de carreira tens de trabalhar muito e ganhar pouco: Pelo menos era o que a minha patroa me dizia. Que eu tinha era que me preocupar em aprender, trabalhar muito (horas a mais e fazer horários completamente malucos, às vezes 16 horas de seguida ou mais, em horário nocturno sem direito ao descanso no dia a seguir, como diz na lei), não me preocupar com a família nem pensar no dinheiro e estar só focada no trabalho. Como era a mais nova, acabava por ser a sacrificada e tinha de estar sempre disponível. Só ao final de um tempo é que percebi que isto era mentira. Existem sítios onde onde os horários são cumpridos e feitos de forma legal, as horas extra são compensadas, os salários correspondem a teu trabalho (e não uma miséria, como me estavam a pagar) e que posso ter tempo para mim e para a minha família.

Não se sujeitem a más condições de trabalho só porque estão no início. Lutem por vocês e pelos vossos direitos.

- Estar sempre disponível: Sempre fui uma pessoa prestável, e no trabalho, sempre que pediam para trocar algum turno ou me pediam para ficar de prevenção ou fazer algumas horas a mais, eu aceitava. Burrice minha, porque passado um tempo me tomaram como garantida. Chegou a um ponto que me trocavam os horários e não perguntavam se eu podia. Muitas vezes nem sequer me avisavam das trocas, e eu acabava só por saber delas por mim própria um ou dois dias antes. Para além disso, quando dizia que não podia fazer ou trocar os horários, encaravam isso como má vontade da minha parte.

Por isso, meus pequenos, estabeleçam limites desde o início, porque se dão a mão, vão querer o resto do braço, e deixam de vos dar valor.

- Em todos os locais é assim ou pior: Esta foi uma das frases que a minha patroa me disse, no dia em que me despedi, ao que respondi: «Pois existem, mas de todos os colegas que trabalharam em sítios assim, acabaram por se despedir e agora estão em locais bem melhores.». E é verdade, no dia  a seguir ao meu último dia de trabalho fui a uma entrevista de trabalho em que me ofereciam muito melhores condições de trabalho e salário. Felizmente fui logo seleccionada na entrevista e vou começar na próxima semana. Estou super entusiasmada! Não acreditem em tudo o que os patrões vos dizem, principalmente quando estão a comparar condições de trabalho com outros locais. Eles gostam muito de mandar o barro à parede a ver se cola!

E vocês, já tiveram alguma má experiência de trabalho? Contem-me tudo!

Bem, acho que a melhor forma de começar um blogue é por me apresentar. Por aqui, podem-me chamar de Olívia. Sou médica veterinária e tenho quase um quarto de século (estou mesmo a ficar velha... o tempo podia abrandar um bocadinho).

Como devem calcular, sou louca por animais (principalmente os selvagens). Tenho uma cadela, uma gata e um dragão barbudo. 

Sinceramente, nunca fui muito uma pessoa de gatos, até ter adoptado a minha porca mais gorda, a Jasmim, o meu pequeno texuguinho. Adoro-a do fundo do coração, e se algum dia forem de comboio e virem uma rapariga com uma gata tricolor ao colo com uma trela cor de rosa, sou eu.

Aqui está a minha princesa! Linda, não é?

Mas não se preocupem, que este blogue não vai ser só sobre gatos. Este vai acabar por ser um cantinho de desabafos, de partilha de receitas (adoro cozinhar, mas muitas vezes esqueço-me de tirar fotografia, tal é a gular), moda, problemas femininos e outras tantas coisas.

Espero que gostem e que fiquem por aqui.